Sabe-se que antes de uma pessoa tornar-se dependente de
qualquer substância psicoativa, ela primeiramente passa por um processo que
inicia-se com o uso, que é quando ela experimenta a droga, e posteriormente
começa a querer ingerir mais dela, levando ao abuso. Não conseguindo parar de
usar tendo complicações físicas e laborais a pessoa então passa para a
dependência. Mas para que o critério de diagnóstico fosse algo universal o DSM
IV intitulou 07 critérios para chegar ao diagnóstico da dependência química.
Esses critérios são divididos em tópicos, sendo cada um deles característico de
um nível da dependência, não havendo esses critérios, não se qualifica como
tal. O que mais se utiliza para qualificar a dependência são os critérios de
tolerância, que é quando a pessoa tem uma necessidade cada vez maior de
adquirir a intoxicação, e mesmo aumentando a dosagem, o efeito começa a
diminuir, precisando cada vez mais de seu uso. Outro critério é o da
abstinência, que é quando a mesma substância usada precisa consumir mais para
aliviar os sintomas da abstinência. Outros critérios também são verificados,
mais ao longo do uso, a pessoa vai ficando cada vez mais em fissura para usar
da substância, tendo uma alteração em seu comportamento e em suas atividades, e
mesmo sabendo que a substância é prejudicial e esta lhe trazendo danos
emocionais e físicos, ela continua a usá-la. Se todos esses sintomas
persistirem por 12 meses, o diagnóstico de dependente químico é feito (DSM IV, 2000).
O
que neste momento é relevante comentar, é que segundo o 166 Encontro Anual da Associação
Psiquiátrica Americana, ocorreu o lançamento da quinta edição do Manual de
Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais (DSM, na sigla em inglês).
Essa nova edição traz uma profunda revisão dos critérios diagnósticos dos
transtornos mentais, dentre eles os critérios para o diagnóstico de dependentes
químicos.
Segundo FIDALGO (2013) a
dependência de substâncias sofreu significativas mudanças, como a dicotomia do
diagnóstico de abuso e dependência deixou de existir, e também entrou nos 11
critérios a fissura como avaliação. Portanto segundo a nova classificação o
paciente pode ter os seguintes diagnósticos: dependência leve, moderada, grave,
sendo cada uma delas modificadas de acordo com a quantidade de critérios de
diagnóstico, sendo eles;
- uso em quantidades maiores ou por mais tempo que o planejado
- desejo persistente ou incapacidade de controlar o desejo
- gasto importante de tempo em atividades para obter a substância
- fissura importante
- deixar de desempenhar atividades sociais, ocupacionais ou familiares
devido ao uso
- continuar o uso apesar de apresentar problemas sociais ou interpessoais
- restrição do repertório de vida em função do uso
- manutenção do uso apesar de prejuízos físicos
- uso em situações de exposição a risco
- tolerância
- abstinência
Acredita-se
que esta mudança, será de suma importância para a saúde pública, e para as novas pesquisas, porém
este diagnóstico só poderá ser feito nos próximos anos, a medida que os novos
critérios forem colocados em prática (FIDALGO,2013).
Analisando todas as mudanças ao
longo dos anos relativas aos diagnósticos de dependentes químicos, o que se
pode perceber é que cada vez mais estas substâncias estão sendo ingeridas,
desenvolvendo danos emocionais, físicos, estando cada vez mais lotados de
detalhes que devem ser atentados na hora do diagnóstico, sendo ele feito com
mais precisão e assim podendo ter uma intervenção mais adequada para cada
paciente.
Como
agentes da saúde, precisa-se de uma intervenção juntamente com as políticas
publicas para que os dependentes químicos tenham direito de receber um
tratamento adequado, buscando sempre o diagnóstico como melhor opção para uma
intervenção, e não com medidas criminais, ou ate mesmo punitivas, pois se
entende que esses pacientes estão sofrendo de uma doença, e precisam e merecem
um tratamento adequado.
REFERÊNCIAS
- Association American Psychiatric, Manual de Diagnóstico
dos Transtornos Mentais- Texto revisado- DSM IV- TR. Ed. Climepsi, 2000.
- Fidalgo, Thiago Marques. O que mudou no diagnóstico da
dependência química. Publicado em 21 maio 2013. Retirado de; http://blogdoproad.blogspot.com.br/2013/05/dsm-v-o-que-mudou-no-diagnostico-da.html,
acesso em 01 de set, 2014.
Nenhum comentário:
Postar um comentário