sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Mitos da Psicologia...


As Psicologias - Pâmela Kzeczik Moraes

            Ouvimos muitas vezes alguns mitos que a psicologia enfrenta perante a sociedade, sendo que muitas pessoas o tem como verdade.
            O primeiro mito é referente a questão de que o Psicólogo adivinha as coisas, como se pudesse descobrir o que as pessoas estão pensando ou descobrir seus segredos. Bom seria se isso fosse possível não é, mas a Psicologia como qualquer outra ciência, estuda o ser humano, utilizando-se de métodos, técnicas, planejamento para daí sim poder intervir através das queixas apresentadas. Então esse mito da psicologia muitas vezes faz com que as pessoas não vão a um consultório, por medo, mas fique tranqüilo, isso não acontecerá. Você como qualquer outro que vai ao psicólogo, só falará o que quiser.
            O segundo mito que é bem freqüente, é  o de pensarmos que o psicólogo ajuda as pessoas a nos conhecer melhor, sendo que o papel da psicologia não é esse e sim de intervir de uma maneira ética, mesmo que o autoconhecimento ocorra durante a sessão, esse não é  foco da Psicologia.
            Muitas vezes ouvimos pessoas falarem que o psicólogo é visto como um amigo, ou conselheiro, que vai dizer o que devo fazer. Mas esse não é o papel do psicólogo, pois sua atuação é feita através de uma intervenção técnica, baseada em conhecimentos científicos, para que através de levantamento de dados obtenha hipóteses diagnósticas. Então, a psicologia é diferente de um amigo, pois sua intervenção é para propiciar saúde ao homem, e nem sempre o profissional fará uma intervenção que o paciente espera ou até mesmo gostaria, mas sim fará o que acredita por conhecimentos científicos que ele precisa para obter um equilíbrio emocional.
            Outro tema bem decorrente é o das pessoas confundirem as práticas do psicólogo e psiquiatra. Primeiramente o que é importante deixar claro é que psicólogo é um profissional formado em Psicologia e o Psiquiatra um médico que fez uma especialização em Psiquiatria. Mesmo que próximos, suas atuações são diferenciadas, no qual ambos buscam pela melhora da saúde emocional, sendo que um não é mais importante que outro, nem que o psiquiatra resolve os problemas mais graves de loucura e o psicólogo os mais leves.
            Uma importante informação referente a finalidade do trabalho do psicólogo é identificar onde e como este profissional pode atuar. Deve-se entender que o psicólogo busca promover a saúde, e que para que isso ocorra, ele está totalmente envolvido com a sociedade e com as condições que a cercam, pois ele trabalha com as pessoas, e elas sempre estão inseridas nesse meio.
            A psicologia tem como objeto de estudo o indivíduo e seu psiquismo, atuando de uma maneira subjetiva para buscar entender as alterações que ele sofre, para que assim possa intervir e promover saúde.
            A atuação do psicólogo pode ser feita em diversas áreas, como Escolas, Hospitais, Empresas, clínicas, entre outras, porém essas diversas áreas iram usar de uma única psicologia, com seus métodos e técnicas voltados para a demanda de cada área. É importante entender esse processo, pois a Psicologia como ciência é única, mas está cada vez mais se ampliando em conhecimento e abordagens, tendo a atuação da psicologia em diversos setores.
            Conclui-se que a Psicologia está com seus campos de atuação cada vez mais amplos, buscando através de estudos ter um conhecimento cada vez mais detalhado de cada área, buscando também conhecimentos de outros cursos para embasar a Psicologia e assim fazer com que sua atuação seja cada vez mais eficaz.
Então, espero que tenha percebido que a Psicologia é uma ciência, e que esta para contribuir com o indivíduo em seu meio social. Sempre estaremos envolvidos com a psicologia, e muitas vezes precisamos dela com suas técnicas para nos orientar.



 Referências

- BOCK, Ana Mercês Bahia, et al. Psicologia- Uma introdução ao estudo de psicologia, Ed.Saraiva, 2001, São Paulo.





quarta-feira, 3 de setembro de 2014


AS MUDANÇAS NO CRITÉRIO DE DIAGNÓSTICO DE DEPENDENTES QUÍMICOS


            Sabe-se que antes de uma pessoa tornar-se dependente de qualquer substância psicoativa, ela primeiramente passa por um processo que inicia-se com o uso, que é quando ela experimenta a droga, e posteriormente começa a querer ingerir mais dela, levando ao abuso. Não conseguindo parar de usar tendo complicações físicas e laborais a pessoa então passa para a dependência. Mas para que o critério de diagnóstico fosse algo universal o DSM IV intitulou 07 critérios para chegar ao diagnóstico da dependência química. Esses critérios são divididos em tópicos, sendo cada um deles característico de um nível da dependência, não havendo esses critérios, não se qualifica como tal. O que mais se utiliza para qualificar a dependência são os critérios de tolerância, que é quando a pessoa tem uma necessidade cada vez maior de adquirir a intoxicação, e mesmo aumentando a dosagem, o efeito começa a diminuir, precisando cada vez mais de seu uso. Outro critério é o da abstinência, que é quando a mesma substância usada precisa consumir mais para aliviar os sintomas da abstinência. Outros critérios também são verificados, mais ao longo do uso, a pessoa vai ficando cada vez mais em fissura para usar da substância, tendo uma alteração em seu comportamento e em suas atividades, e mesmo sabendo que a substância é prejudicial e esta lhe trazendo danos emocionais e físicos, ela continua a usá-la. Se todos esses sintomas persistirem por 12 meses, o diagnóstico de dependente químico é feito (DSM IV, 2000).
            O que neste momento é relevante comentar, é que segundo o 166 Encontro Anual da Associação Psiquiátrica Americana, ocorreu o lançamento da quinta edição do Manual de Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais (DSM, na sigla em inglês). Essa nova edição traz uma profunda revisão dos critérios diagnósticos dos transtornos mentais, dentre eles os critérios para o diagnóstico de dependentes químicos.
            Segundo FIDALGO (2013) a dependência de substâncias sofreu significativas mudanças, como a dicotomia do diagnóstico de abuso e dependência deixou de existir, e também entrou nos 11 critérios a fissura como avaliação. Portanto segundo a nova classificação o paciente pode ter os seguintes diagnósticos: dependência leve, moderada, grave, sendo cada uma delas modificadas de acordo com a quantidade de critérios de diagnóstico, sendo eles;
- uso em quantidades maiores ou por mais tempo que o planejado
- desejo persistente ou incapacidade de controlar o desejo
- gasto importante de tempo em atividades para obter a substância
- fissura importante
- deixar de desempenhar atividades sociais, ocupacionais ou familiares devido ao uso
- continuar o uso apesar de apresentar problemas sociais ou interpessoais
- restrição do repertório de vida em função do uso 
- manutenção do uso apesar de prejuízos físicos
- uso em situações de exposição a risco
- tolerância
- abstinência
Acredita-se que esta mudança, será de suma importância para a saúde  pública, e para as novas pesquisas, porém este diagnóstico só poderá ser feito nos próximos anos, a medida que os novos critérios forem colocados em prática (FIDALGO,2013).
            Analisando todas as mudanças ao longo dos anos relativas aos diagnósticos de dependentes químicos, o que se pode perceber é que cada vez mais estas substâncias estão sendo ingeridas, desenvolvendo danos emocionais, físicos, estando cada vez mais lotados de detalhes que devem ser atentados na hora do diagnóstico, sendo ele feito com mais precisão e assim podendo ter uma intervenção mais adequada para cada paciente.
            Como agentes da saúde, precisa-se de uma intervenção juntamente com as políticas publicas para que os dependentes químicos tenham direito de receber um tratamento adequado, buscando sempre o diagnóstico como melhor opção para uma intervenção, e não com medidas criminais, ou ate mesmo punitivas, pois se entende que esses pacientes estão sofrendo de uma doença, e precisam e merecem um tratamento adequado.
 REFERÊNCIAS


  • Association American Psychiatric, Manual de Diagnóstico dos Transtornos Mentais- Texto revisado- DSM IV- TR. Ed. Climepsi, 2000.